sexta-feira, 30 de abril de 2010

Jornada de emoções fortes

É a 29ª jornada, e é a que pode decidir tudo... ou não.



Às 20h15 de Domingo joga-se pelo título, pelo acesso à Liga dos Campeões, à Liga Europa e estará também em disputa a permanência. Benfica, Braga, Porto, Vitória de Guimarães, Nacional, Marítimo, Leiria, Leixões, Olhanense, Vitória de Setúbal, é o leque das equipas que militam no primeiro escalão do futebol português e que ainda nada têm garantido.

Começando de baixo para cima, o já condenado Belenenses terá pela frente a União de Leiria, sendo que a equipa de Lito Vidigal necessita de ganhar e ter a sorte de o Guimarães, Marítimo e Nacional perderem para poder na última jornada lutar taco-a-taco pela Liga Europa.

Quente poderá estar a temperatura, principalmente no Algarve, onde Olhanense e Leixões disputarão a permanência. A equipa de Jorge Costa tem mais 4 pontos que a de Fernando Castro Santos, o galego que há bem pouco tempo afirmou ainda acreditar na manutenção. Mas, de facto, a tarefa dos de Matosinhos não é nada fácil, pois para além de jogarem num campo difícil onde não vai faltar apoio à equipa da casa, tem na última jornada um embate contra... o Sporting!

Com os mesmos pontos que os algarvios está o Vitória de Setúbal, que viaja ao Funchal para defrontar o Marítimo nos Barreiros. A situação já não é tão crítica como antes, mas se o Leixões vencer e o Setúbal não ganhar, a posição da equipa de Manuel Fernandes pode ficar em risco, ainda que na 30ª jornada receba o despromovido Belenenses. Do outro lado estará um Marítimo à procura dos 3 pontos e à procura, por assim dizer, da derrota do eterno rival Nacional e também pelo desaire do Vitória de Guimarães e mesmo do Leiria.

Quem já tem a manutenção assegurada é a Académica de André Villas Boas. Os estudantes recebem o Nacional. A equipa de Manuel Machado pretende garantir novamente a presença nas competições europeias. Três pontos separam os madeirenses do Vitória.

E por falar neles, os vimaranenses têm pela frente uma deslocação difícil: a Vila do Conde. Mas se atendermos às prestações do Rio Ave nestas últimas jornadas, pode-se dizer que a deslocação não é tão díficil como é pintada. Uma coisa é certa, este jogo pode ser extremamente decisivo nas contas pela Europa: caso a equipa do próximo treinador do Sporting, Paulo Sérgio, vença o grupo de Carlos Brito, Marítimo e União de Leiria ficam automaticamente arredados do sonho em jogar na nova competição da UEFA. O Nacional só pode ir à Liga Europa se o Vitória não vencer nenhum dos últimos jogos. É que se o Vitória vencer um que seja, na melhor das hipóteses o Nacional acaba a época com os mesmos pontos que os vimaranenses e aí a vantagem vai para os no Minho, dado que têm uma diferença de golos menos negativa que a turma da Choupana. Seria este o critério de desempate, porque no confronto directo, o Nacional venceu em casa por 2-0, tal como o Guimarães em sua casa.

O Sporting já tem garantida a presença na Liga Europa, mas precisa de um ponto para assegurar a quarta posição. Esse ponto pode ser já conquistado no jogo em casa com a Naval, já tranquilíssima no décimo lugar.

Ainda ao rubro anda a luta pelo título. O Benfica precisa de um único ponto para se sagrar já campeão, mas para tal acontecer terá de roubar 2 pontos... ao FCPorto, em pleno Estádio do Dragão. O FCPorto também vive dias de esperança, esperança em chegar ao segundo lugar, que dá acesso à eliminatória da Champions League. Para tal tem de vencer o Benfica e depois a União de Leiria e contar no máximo com um empate do Braga. Se o Braga vencer o Paços de Ferreira os dragões dizem adeus à Liga milionária. Se o Braga empatar ou perder, dirá também o adeus ao título e o Benfica será campeão.

O jogo decisivo, Porto-Benfica, será arbitrado pelo "trio maravilha" da arbitragem portuguesa: Olegário Benquerença, José Cardinal e Bertino Miranda, sendo Cosme Machado o 4º árbitro. No estádio AXA estarão João Ferreira, Luís Ramos e Pais António, e o 4º árbitro será Jorge Tavares.

Jogos à mesma hora significa emoção até ao último minuto, significa que qualquer segundo pode fazer a diferença, significa que não poderão ser combinados resultados. É uma jornada a não perder, que terá na RTP1 o Sporting-Naval, e nos vários canais da Sporttv o Porto-Benfica, o Braga-Paços, o Rio Ave-Guimarães e o Académica-Nacional.

Dizia o outro que prognósticos só no fim do jogo, pois então vêmo-nos perante uma situação extrema em que qualquer aposta é um risco, em que o improvável pode vir a acontecer, quem sabe.

Se quiserem façam como eu farei seguramente: colar os ouvidos à rádio e ouvir os relatos do início ao fim, receita onde toneladas de emoção não vão faltar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

ARREPIANTE

Foi um jogo que decorreu este fim-de-semana na primeira liga da Áustria entre as equipas do LINZ e do SALZBURGO. O que acontece está à vista de todos e o infractor viu apenas o cartão amarelo. Parece-me que o nome deste jovem árbitro internacional (28 anos) ficará para sempre marcado na memória dos adeptos do Salzburgo. Chama-se Harald Lechner e recebeu as insígnias da FIFA pela primeira vez neste ano de 2010. Começa bem, sem dúvida...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

TEJ On-line. Jornalismo Assistido por Computador.

Inicialmente o tema que pretendia abordar era o futebol. Mas depois mudei para o ciclismo. Esta modalidade tem vindo a cativar cada vez mais pessoas, quer para a prática desportiva, quer para assistir ao vivo nas ruas, quer para assistir em casa na televisão. Recordo que a Volta à França em bicicleta de 2009 quebrou recordes de assistência nas ruas e na televisão, em todo o mundo.
Mas o Tour é lá mais para o Verão. Por agora temos as clássicas de um dia que trazem sempre enorme expectativa, quer em torno do seu traçado, sempre diferente, quer em torno do vencedor, pois é muito difícil prever que vencerá uma Amstel Gold Race, ou um Paris-Roubaix, etc.
E é precisamente sobre esta última prova, que liga a capital francesa a Roubaix, que recai este meu exercício de JAC.
Os endereços electrónico que escolhi para o exercício foram os seguintes:


Passo agora a justificar as minhas opções.

Primeiro, e como não podia deixar de ser, devo ter em linha de conta o site oficial da competição. O site indicado em primeiro lugar tem informações que mais nenhum outro tem, como por exemplo o perfil da etapa, os locais mais propícios a eventuais ataques dos ciclistas, todos os pormenores relacionados com as contagens de montanha ou de sprint, bem como as zonas de assistência alimentar. É neste site que encontramos as constituição detalhada de todas as equipas que alinham nas provas, o número do dorsal de cada ciclista. Passo a passo, segue-se em directo todas as ocorrências ao longo das tiradas e poucos segundos após a chegada dos primeiros já está disponível a classificação provisória e instantes depois já é actualizada a classificação geral. O letour.fr publica também dezenas de fotografias.


O vencedor do Paris-Roubaix foi o suiço Fabian Cancellara, que milita na equipa dinamarquesa Saxo Bank. Por isso, é a minha segunda opção o sítio oficial da Saxo Bank, onde encontro declarações oficiais do Cancellara, bem como de um dos directores do grupo dinamarquês, Bjarne Riis, e de um outro ciclista da equipa, que se viu forçado a abandonar a prova, Matti Breschel. Acabei por encontrar também uma tabela que mostra as 4 vitórias de Fabian Cancellara já amealhadas nesta temporada de 2010. Também podemos encontrar o desempenho de todos os ciclistas da equipa, algo que até pode ajudar a prever que atletas levará a Saxo Bank à Volta à Itália, que arranca já no próximo dia 8 de Maio.

Falar de ciclismo e não falar da Gazzetta dello Sport é quase um "pecado". Este famosíssimo jornal desportivo italiano é, do meu ponto de vista, o mais sério e mais completo na análise ao ciclismo. É uma modalidade muito abordada exaustivamente pelos jornalistas. Na página electrónica do jornal cor-de-rosa encontramos uma secção de ciclismo onde, na parte do Paris-Roubaix, consta todo o relato em tempo real do que vai se passando na etapa. São informações preciosíssimas que permitem perceber qual foi o momento decisivo no desfecho da prova; qual a altura crucial que levou Cancellara à vitória.

Também atribuo grande importância ao site da Eurosport. Primeiro porque é um canal internacional, de "nacionalidade" francesa; logo deverá ter uma abordagem fidedigna sobre esta competição. Depois porque é uma prova sempre acompanhada em directo na Eurosport, aqui em Portugal e, como tal, dispõe de comentários pertinentes e claros dos especialistas da casa.

Por fim decidi optar pelo site da UCI, a União Ciclista Internacional, não pelos dados da competição, porque estes estão dirigidos para a página letour.fr, mas sim pelas classificações individuais e colectivas do ciclismo profissional, o ranking mundial de pro-tour. São informações úteis que complementam todas as anteriores.

Como é perceptível, eu tenho enorme confiança nestas moradas da web e não tenho a mínima dúvida de que toda a informação é credível e verídica.

domingo, 11 de abril de 2010

Cancellara repete vitória de 2006.

O suiço Fabian Cancellara venceu esta tarde a clássica do ciclismo Paris/Roubaix. Tom Boonen, que já arrecadou esta competição por 3 ocasiões, foi o grande derrotado do dia.

Famosa pelos seus sectores em "pavé" e pelas quedas aparatosas, a clássica Paris/Roubaix foi mais uma vez difícil e muito disputada. Entre os principais candidatos à vitória estavam incluidos o belga Tom Boonen da Quick Step, o principal candidato, mas também o norte-americano George Hincapie, da BMC, e o suiço Fabian Cancellara, da Saxo Bank.
Este ano os ciclistas não tiveram que enfrentar o mau tempo que habitualmente se faz sentir por estas alturas no Norte de França, mas o vento foi uma presença constante e, diria eu, determinante para o desfecho da corrida.
Desde cedo um grupo de oito ciclistas se afastou do pelotão, onde figuravam estes três anteriormente mencionados e ainda Juan Antonio Flecha da Sky, Roger Hammond e Thor Hushovd da Cervélo, Bjorn Leukemans da Vacansoleil e o italiano Filippo Pozzato da Katusha.
Pozzato foi o primeiro a ficar para trás, mas quando faltavam cerca de 45/46 quilómetros para o fim Cancellara aproveitou um deslize de Boonen para lançar o ataque que veio a ser decisivo. Ninguém o conseguiu alcançar. Boonen tinha recuado para o fim do grupo a fim de se alimentar um pouco, só que o perspicaz suiço não desperdiçou esta soberana oportunidade.
Até ao fim da tirada o grupo que perseguia Cancellara nunca conseguiu dar mostras de ambição no sentido de reduzir a distância e alcançá-lo, até porque o desgaste físico já era grande, pois os principais pontos de pavé já eram passado.
Cancellara ainda passou por outros sectores de pavé, mas não foram impedimento para a sua consagração na chegada ao velódromo de Roubaix, perto da cidade de Lille.
Fabian Cancellara chegou emocionado e, perante o jornalista do canal 2 francês, apenas disse: "Não tenho palavras para descrever isto. No coments".
O ciclista da equipa dinamarquesa Saxo Bank confirmou mais uma vez a sua grande forma e grande qualidade na conquista de competições de curta duração. Porém, ele próprio está consciente da sua incapacidade de vencer o que qualquer ciclista sonha vencer: a volta à França.

sábado, 3 de abril de 2010

Até onde vai o nosso futebol?

Ontem assistimos a um sempre escaldante "derby" à moda do Minho, entre as duas mais importantes e emblemáticas equipas da região, o SC Braga e o Vitória SC.
Um derby é sempre um derby e, como tal, não é o mesmo se não tiver grandes doses de emoção, ainda para mais quando se fala de uma equipa que ainda luta pelo título e outra que procura o 4º posto.
Nestes últimos tempos, tem-se constatado uma reacção incorrectíssima por parte dos adeptos, dos elementos e dirigentes dos clubes, etc. Todos querem jogos emocionantes, mas quando assim são, ninguém, ou muito pouca gente, consegue suportá-la. O jogo de ontem foi o caso disso e que, de resto, se assemelha aos muitos jogos considerados "quentes" no nosso país. Têm em comum o facto do árbitro ser o principal foco de atenção.
Mas antes de ir à arbitragem, é lamentável haver ainda comportamentos absolutamente indecentes dentro de um recinto desportivo. Não foi preciso ver um AXA lotado para haver desacatos entre as claques. É verdade que os que pagam para entrar têm o direito de manifestar descordância com algumas decisões dos árbitros e dos treinadores. É verdade que têm o direito de apoiarem a sua equipa, quanto mais não seja para "picar" as claques adversárias, pois isso até traz algum brilho ao espectáculo. Mas nem por isso têm o direito de destruir bancadas, lançando cadeiras para as claques adversárias, enfim... Houve até quem se lembrasse de atirar um guarda-chuva para o terreno de jogo, numa altura que a meteorologia não dava garantias de bom tempo. Já é altura para aqueles que não tem comportamentos aceitáveis ficarem a assistir o jogo no pequeno ecrã.
O pior é que no meio disto tudo é o futebol português que sai prejudicado, e bastante. E numa altura em que se defende uma candidatura, conjunta com a Espanha, à organização do Mundial de Futebol em 2018/2022, a imagem de Portugal passada lá para fora é de uma atitude irresponsável e nada civilizada daqueles que não sabem assistir a uma grande partida de futebol sem causar destúrbios nas bancadas e/ou nas imediações do estádio. Todos se lembram dos confrontos entre claques do Sporting e do Atlético Madrid no jogo da liga europa. Todos também se lembram dos desacatos entre claques portistas e benfiquistas na chegada ao Algarve no dia da final da Carlsberg Cup, isto para não falar em (quase) todos os "derbys" e clássicos que envolvem as grandes equipas portuguesas. Já é tempo de alguém tomar medidas para evitar estas situações constrangedoras, aliás, vergonhosas!
Ainda hoje os mais sábios comentadores e críticos do mundo do futebol devem estar a discutir se houve ou não "penalty" neste ou naquele lance, se este ou aquele jogador mereceu o vermelho directo. Mas quem não tem tanto tempo, nem tantos meios, nem tantos ângulos de visão para decidir são eles, os árbitros. E são eles que acabam por receber as mais duras palavras dos técnicos, dirigentes, comentadores e adeptos. O jogo de ontem foi recheado de lances polémicos que deram a tal gota emocionante ao jogo. Algumas decisões passíveis de discussão, mas muitas outras correctíssimas. Houve 5 grandes penalidades, uma das quais corrigida com apoio do "bandeirinha", e bem, e 4 expulsões. Alguém dizia ontem durante o jogo que os "penaltys" existem e se existem são para ser assinalados, quando há motivo para tal. Artur Soares Dias entendeu que houve mais 4 lances de grande penalidade, assinalou-as e pronto. Não há nada a fazer. Na minha opinião, apenas o último, que deu a vitória ao Braga, é o mais polémico. Vendo algumas repetições, percebemos que o braço de Andrezinho não seria suficiente para fazer cair Renteria. Mas o ângulo da câmara que nos mostra a imagem é totalmente diferente daquele que tem o árbitro. O árbitro ao olhar para o lance vê o Andrezinho a colocar o braço em frente ao colombiano do Braga e ele cai. Claro que deve assinalar grande penalidade. Mas certamente que até Emílio Macedo teria feito o mesmo se fosse árbitro. Eu faria... Isto para não salientar os escassos décimos de segundo que um árbitro tem para tomar uma decisão. Mas pelos vistos há ainda quem não entenda isso. No meu entender os outros penaltys foram bem assinalados. Quanto aos vermelhos por acumulação, nada a dizer. Aos que foram por palavras, só o árbitro as ouviu... O caso Rodriguez, que viu um amarelo e depois um vermelho, foi um erro do árbitro, que pensou que o central bracarense já tivesse sido advertido. Ele continuou em campo, e bem. E agora pergunto: e se o árbitro não assinalasse as grandes penalidades? e se os jogadores bem expulsos tivessem continuado em campo? Creio que seria bem pior... Mas em Portugal os árbitros são "atropelados" quando assinalam e quando não assinalam, quando expulsam e quando deveriam expulsar e não o fizeram. Enfim...
A mim resta-me desejar que o futebol português adopte um rumo diferente; que as claques se comportem com a dignidade que os clubes e os restantes adeptos merecem; que os árbitros deixem de ser severamente criticados durante semanas a fio (é o que me parece que vai acontecer com Soares Dias), porque eles têm quem os avalie.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

"Bis" de Taquara em noite escaldante na Luz.


O Benfica até esteve a perder. Mas dois "penaltys" concretizados por Cardozo deram a vitória por 2-1 às águias, ante um Liverpool que apenas rematou meia dúzia de vezes. Vitória tagencial e traiçoeira é a que os encarnados têm agora que defender na próxima semana, na cidade dos Beatles.



Cerca de 63 mil vibraram ontem em mais uma noite gloriosa deste Benfica europeu. Na "final atecipada", assim considerada por Jesus, os encarnados garantiram a vitória frente a um Liverpool que até começou bem mas acabou mal. Os "reds" inauguraram o marcador logo aos 8 minutos, com um toque de calcanhar de Agger, a responder a um livre estudado e cobrado por Gerard. Até parecia um golo do Benfica, tal foi o ânimo dado pelo público à equipa da casa.

A partir de então o Benfica teve um período algo trémulo, mas a partir do quarto de hora foi a defesa do Liverpool que tremeu que nem varas verdes. Ocasião atrás de ocasião traduzia o poderio ofensivo benfiquista, mas que não deu em nada. Cardozo, Aimar, Di Maria, Ramires, todos tiveram lances de perigo. Em todos a bola levou o mesmo caminho, aquele que os portugueses não desejavam.

A situação ficou ainda mais "reles" para os britânicos, quando o árbitro sueco Jonas Eriksson expulsou directamente Ryan Babbel por agressão a Luisão, mesmo debaixo das barbas do juiz, num lance em que o central do Benfica também foi advertido.

Contra dez o Benfica acreditou ainda mais que a recuperação do marcador era um cenário bem possível, até porque Rafael Benitez não tinha arte nem engenho para inverter esta situação de "invasão" benfiquista no seu meio campo.

Por pouco o Liverpool não ficou reduzido a nove, pois Insua já amarelado pontapeo Aimar dentro da sua grande área. Grande penalidade assinalada pelo árbitro. Oscar Cardozo foi chamado à cobrança do castigo máximo e não perdoou. Reina ainda adivinhou o lado, mas o remate era mais potente que as bombas atómicas de 1945.

Aos 79 minutos Carragher desviou a bola com o braço e foi "amarelado". Novo livre da marca de 11 metros. Nova oportunidade para o 7 do Benfica. Novo golo. Nova explosão de alegria na Luz, que quase deitava abaixo as bancadas da "Catedral". Estava consumada a reviravolta no marcador, a segunda consecutiva num jogo europeu, após a alcançada em Marselha.

Só depois do 2-1 é que o técnio espanhol do Liverpool fez alterações na sua equipa. Mas nada podia fazer. Eriksson apitou para o final e o Benfica fez a festa. Mas atenção, pois uma derrota lusa em Anfield Road por 1-0 pode deitar tudo a perder.

Jorge Jesus satisfeito com a exibição da sua equipa. Rafa Benitez ainda acredita na passagem.

O treinador do Benfica estava feliz e falou numa vitória "justa".

"Foi um jogo emotivo, com grandes jogadores de ambas equipas que podem fazer golo a qualquer momento. Acho que vencemos justamente. Fomos uma equipa que soube jogar mais em função da baliza adversária", disse ele.

Quanto ao jogo da próxima 5ª feira, Jorge Jesus afirmou que "em Liverpool temos capacidade para fazer golos. Mas também sei que do outro lado está uma equipa que vai fazer golos". Este jogo que se avizinha é considerado pelo técnico encarnado como o mais complicado da temporada, de "itensidade alta".

Por seu turno, Rafael Benitez está confiante na recuperação da eliminatória em Liverpool, perante o aguerrigo público dos "reds". "O Benfica é uma equipa forte, mas em Anfield Road vamos contar com o apoio dos nossos adeptos. Temos confiança que será possível dar a volta ao resultado", afirmou.

Arbitragem em análise.

Neste jogo houve de tudo.

Jonas Eriksson teve momentos de distracção, dos quais o mais crítico foi o do lance em que o Liverpool viu um golo ser anulado por fora-de-jogo a "el niño". Mas o assistente Stefan Wittberg há muito que tinha a bandeirola levantada. A distracção pode ser justificada pela possível falha do sinal "beep" ou pela péssima colocação do árbitro no terreno de jogo, literalmente de costas para o assistente num lance de bola parada.

Eriksson também teve outro lance de colocação incorrecta, também na cobrança de um livre directo a favor do Benfica em que, mais uma vez, pôs-se de costas para o assistente. As leis obrigam a que o árbitro se coloque num plano privilegiado sobre o lance mas também sobre o assistente.

Graças ao árbitro de baliza, Stefan Johannesson, o livre que resultou em golo do Liverpool não foi considerado penalty, pois a infracção foi cometida fora da área e o atleta da equipa inglesa acabou caindo dentro da área. E também foi este careca sueco que deu indicação da "mão" de Carragher, no lance do segundo penalty para os encarnados.

Notas positivas na expulsão de Babbel, no referido fora-de-jogo a Fernando Torres, e nas duas grandes penalidades para o Benfica.

Notas negativas em outros dois que não foram assinalados a pender para os encarnados e no perdão dado a Insua, já admoestado, quando cometeu a falta que originou o primeiro penalty. Nota negativa também, e como é lógico, para a sua distracção e péssima colocação em certos períodos do jogo.

"No name boys" lançaram petardos para o relvado.

O jogo também ficou marcado pelos petardos atirados pelos "No name boys" para dentro do terreno de jogo. O encontro foi interrompido em ambas as ocasiões, pois tanto um dos assistentes como o Pepe Reina se queixaram dos ouvidos após o rebentamentos daqueles objectos.

Infelizmente ainda não há controlo sobre estas coisas que em nada beneficiam o espectáculo, e agora o Benfica teme por um castigo que possa ser aplicado pela UEFA.